Colégio UNASP promove ações de combate ao bullying
Para intensificar a iniciativa, foram realizadas palestras e campanhas educativas para os alunos do Ensino Fundamental II e Médio.
Texto: Ana Júlia Alem
A unidade de Hortolândia do Colégio UNASP realizou diversas atividades de conscientização e combate ao bullying ao longo do mês de abril para os alunos do Ensino Fundamental II e Médio. Foram promovidos programas e cartazes de conscientização, palestras para os alunos, campanhas educativas e promoção de uma cultura de apoio e inclusão.
A iniciativa de implementar as ações surgiu da preocupação do bem-estar dos alunos e do reconhecimento de que a prática afeta ativamente o ambiente escolar, além de reduzir o desempenho acadêmico e emocional dos estudantes. Segundo a orientadora educacional do Ensino Médio, Valcilene Filzek, os principais objetivos são “criar um ambiente seguro e acolhedor, promover a empatia e respeito mútuo e reduzir incidentes de bullying e comportamentos agressivos”.
Bullying e Cyberbullying
Adriana de Carvalho, advogada especialista em Direito Civil, Direito do Consumidor e Direito Digital, Privacidade e Proteção de Dados foi quem realizou a primeira rodada de palestras nos dias 10 e 11 de abril. Além de sua vasta atuação no campo jurídico, também é membro ativo da Comissão de Direito Digital e Inteligência Artificial da OAB/SP, Comissão de Privacidade e Proteção de Dados e da Comissão Antibullying da mesma seccional.
O tema abordado nas palestras foi bullying e cyberbullying, atualmente qualificados como crimes no artigo 146-A do Código Penal. Para a advogada, é fundamental que as escolas promovam ações relacionadas ao tema, a fim de conscientizar os alunos sobre a valorização da vida, amizade, empatia e responsabilidade pelos seus atos, seja presencialmente ou virtualmente.“É importante o envolvimento de professores, alunos e responsáveis no processo de combate ao bullying, pois todos devem estar engajados na construção de uma sociedade melhor, com ética, responsabilidade e menos violência”, complementa.
Gabrielle Ferelli, aluna do terceiro ano do Ensino Médio, comenta que os temas abordados foram apresentados com clareza. “Entendemos os impactos e consequências do bullying pelo recorte judicial e psicológico. Me sinto mais preparada por saber que a justiça funciona em relação a isso. Além disso, aprendi a orientar pessoas que passam por situações como essa”, exemplifica.
Os danos psicológicos causados pelo bullying
O psicólogo Paulo Melo foi o palestrante da segunda rodada de ações promovidas pelo Colégio UNASP nos dias 17 e 18 de abril. O ciclo de palestras abordou os prejuízos causados pelo bullying em adolescentes e as formas de combater esse problema. “É importante que as escolas abordem esse tema de maneira recorrente, a fim de fixar as informações nos alunos para ter uma mudança social”, informa.
De acordo com o psicólogo, algumas das consequências podem ser falta de autoestima, ansiedade e depressão. Para o agressor, a prática também possui efeitos negativos, pois pode se tornar viciante e, a longo prazo, desenvolver problemas ainda mais profundos. Além disso, menciona que existem alguns sinais de alerta possíveis de identificar: “Um dos maiores indicativos é a ansiedade excessiva e o isolamento social, mas é possível perceber de outras maneiras, como o declínio do desenvolvimento acadêmico ou comportamento agressivo por parte da vítima”, pontua.
Luiza Pimenta, estudante do Colégio UNASP, reconhece que ações de conscientização servem para alertar a todos sobre os detalhes psicológicos e jurídicos que passam despercebidos pelas pessoas. “Por experiência própria, o que mais machuca não é o agressor, é a falta de acolhimento de quem não enxerga a vítima. Os traumas deixam cicatrizes que se não forem tratadas, afetarão para o resto da vida”, argumenta.
Paulo adverte que, além de cuidar da vítima, é fundamental dar atenção ao agressor. “É preciso entender que ele também está sofrendo, mesmo que isso não justifique seu comportamento”, explica. Segundo ele, é preciso buscar compreender as dores do indivíduo, confortar e promover a psicoeducação ao invés de apenas julgar e condenar os atos realizados.
A importância da atuação escolar
Recentemente, a Lei n° 13.185/2015 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação a fim de inserir dois artigos que estabelecem a responsabilidade das escolas em promover medidas de prevenção que possam combater o bullying e o cyberbullying. “O envolvimento dos membros da comunidade escolar é crucial para o sucesso das iniciativas. Quando todos estão engajados, há uma mensagem consistente de tolerância zero que proporciona apoio emocional e prático às vítimas”, acrescenta a orientadora.
A estudante Luiza Pimenta finaliza dizendo que, com o alerta promovido pela escola, os alunos estão cientes do apoio que podem receber do Colégio UNASP, além do incentivo para procurar ajuda psicológica.