Pesquisa em apicultura inicia fase de estudos no Unasp
O estudo realizado em um dos Apiários do Unasp visa desenvolver um controle biológico para erradicar praga que afeta as abelhas O Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, tem ganhado notoriedade na produção científica no setor apícola. Uma das características especiais da instituição é a flora e clima para a criação […]
Texto: Raiane Lívia
O estudo realizado em um dos Apiários do Unasp visa desenvolver um controle biológico para erradicar praga que afeta as abelhas
O Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, tem ganhado notoriedade na produção científica no setor apícola. Uma das características especiais da instituição é a flora e clima para a criação de abelhas e o desenvolvimento de pesquisas com professores e alunos da faculdade de Engenharia Agronômica.
Dados recentes da Associação Brasileira de Exportadores de Mel revelam que a maior curva no crescimento de produção na apicultura está na região Sudeste, ficando atrás da região Sul que lidera o cenário nacional no setor. Nos últimos seis anos o Sudeste se destaca com um salto de 6,1 a 8,8 toneladas anuais em produção de mel.
No entanto, como toda produção envolvendo agricultura e o mercado animal, é necessário cuidados especiais para manter o bom andamento de criação sem afetar a produtividade nem a natureza. O controle biológico é fundamental para formulação de produtos naturais de combate a pragas, dispensando o uso de defensivos químicos.
Nova pesquisa
Pensando nisso, as pesquisadoras e biólogas Larissa Elias e Bárbara Prado estão desenvolvendo um projeto que visa combater uma das principais pragas da apicultura. “Essa praga é um ácaro chamado Varroa destructor, que parasita as abelhas Apis melífera, suga a hemolinfa (que é como se fosse o sangue delas) e transmite doenças. É uma das principais pragas da apicultura no mundo, hoje. Esse projeto tem como objetivo desenvolver uma forma de controle desse ácaro que não use defensivos químicos”, explica Larissa.
Esse controle biológico é desenvolvido a partir de inimigos naturais do ácaro, os micro-organismos, que são inimigos naturais do ácaro. A bióloga alerta para a forma como esse controle tem sido feito ultimamente, pois são utilizadas substâncias químicas que são tóxicas tanto para as abelhas como para ambiente, podendo contaminar o mel. “Tem uma série de problemas ligados não só aos pontos negativos gerados por esse parasita que prejudica a produção, mas também a forma como esse controle é feito, pois gera outros problemas. Queremos encontrar uma forma de fazer isso de forma menos nociva possível”, completa Larissa.
Apoio e parceria
A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e sua primeira fase terá duração de nove meses. Por meio da parceria com a Embrapa, Unasp e Api kors. O estudo é desenvolvido na empresa Decoy Smart Control, nas colmeias da Api Kors e nos Apiários pertencentes ao Unasp em Engenheiro Coelho, onde serão desenvolvidos os estudos e acompanhamento de cada fase.
Para o empresário e apicultor João Kors, essa nova forma de controle oferece mais benefícios a produção apícola. Visto que irá ajudar a reduzir o índice de mortalidade devido ao uso de produtos químicos no combate a essa praga. “Uma das maiores doenças da abelha é esse ácaro que atrapalha muito a produtividade. Encontrar um agente biológico que controle esse ácaro será algo fantástico”, afirma.
Oportunidade de aprendizado
Alunos do Unasp irão participar ativamente da pesquisa auxiliando no acompanhamento do estudo desenvolvido pelas pesquisadoras. O professor da Faculdade de Engenharia Agronômica Argus Cézar, destaca essa prática como uma oportunidade de conhecimento para os universitários. “Eu vejo isso como uma oportunidade para que os alunos conheçam como funcionam o desenvolvimento de uma pesquisa científica na área. Todos só têm a ganhar com essa experiência”, enfatiza.