African Day promove inclusão de povos africanos na programação dos cultos do UNASP
Com a participação do Coral Africano e do grupo Acapella Bantu, o evento destacou a diversidade cultural do campus.
Texto: Mariana Santos | Edição: Theillyson Lima
O UNASP Engenheiro Coelho é o lar de estudantes de várias partes do mundo, incluindo países africanos como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e tantos outros. Foi pensando em valorizar a cultura de cada um destes alunos que o African Day aconteceu na última sexta-feira (20). A programação contou com a presença de representantes da comunidade africana no Brasil e celebrou a diversidade cultural que enriquece o campus universitário.
Quando os alunos chegaram à Igreja UNASP, o primeiro grande impacto foi a decoração especialmente preparada de acordo com a temática do programa. Felizmente, as estampas, cores e ritmos já são familiares aos alunos residentes graças às diversas programações organizadas pelo Coral Africano ao longo do semestre.
A comunidade africana dentro do UNASP
Para Josafath Nogueira, angolano, estudante de Teologia e orador do culto de domingo, cerimônias deste tipo são essenciais para a inclusão dos povos africanos no dia a dia do campus. “Além de ser uma forma de mostrar a cultura africana, também realça a importância da união entre cristãos que professam a mesma fé”, explica o estudante.
Como de costume, a música teve grande importância em todo o evento. O Coral Africano apresentou músicas conhecidas tanto em português quanto em dialetos africanos, possibilitando aproximação com o público. Além disso, foi na sexta à noite que o grupo Acapella Bantu fez a sua estreia oficial.
Envolvido com ministérios musicais desde 2018, Ismael Samussuco, que é primeiro tenor, explica que sempre gostou de falar sobre sua fé através da música. “No final do ano passado recebi o convite para entrar no Acapella Bantu, e, como eu gosto deste tipo de ministério, não hesitei e aceitei fazer parte do conjunto”, conta o estudante de Direito e Jornalismo nascido na Angola.
Acapella Bantu é um grupo formado por sete cantores que interpretam canções sem o auxílio de instrumentos, utilizando apenas suas vozes. Com o apoio do UNASP, o grupo lançou seu primeiro EP em maio de 2022 e as cinco músicas podem ser escutadas nas plataformas de streaming Spotify, Deezer e Tidal.
Muito além do campus
A mensagem do culto de sexta ficou sob a responsabilidade do pastor Leonel Ribeiro, que é moçambicano e responsável pela Comunidade Raízes. Com dois anos de existência, Raízes é uma comunidade cristã dedicada à difusão e fortalecimento das raízes afro, tendo como referência a base bíblica. Localizada no Jardim Anália Franco, em São Paulo, o grupo se reúne todos os sábados às nove horas da manhã e recebe visitantes com muita alegria.
Segundo Pastor Leo, a principal motivação da comunidade é proporcionar um ambiente de acolhimento, primeiramente, para povos africanos colonizados por Portugal. Ele explica: “Nós gostaríamos de ler um texto bíblico na nossa língua e às vezes gostaríamos de conversar sobre assuntos que nos dizem de forma profunda e de forma livre e aberta. Então, o que nos motiva é saber que existem outros irmãos africanos que estão por aí, e eles só precisam ser conectados a essa rede”.
A estratégia de acolhimento da comunidade é baseada em princípios básicos do cristianismo e principalmente na identificação. “Nós distribuímos alimentos, distribuímos roupa e procuramos ir além disso, procuramos envolver essas pessoas dentro daquilo que é a estrutura da nossa identidade cultural. Queremos que eles se enxerguem em nós também e digam: ‘não, nós não somos simplesmente uma desculpa social. Eles se enxergam em nós, agora nós vamos nos enxergar neles também”, exemplifica o pastor.