Alunos de Arquitetura e Urbanismo do UNASP visitam Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
A 14ª BIAsp despertou a atenção dos estudantes para questões climáticas extremas.
Texto: Raíssa Oliveira | Edição: Gabrielle Ramos
Os estudantes de Arquitetura e Urbanismo do UNASP campus São Paulo e Engenheiro Coelho visitaram a Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, realizada entre os dias 18 de setembro e 19 de outubro. A 14ª BIAsp retornou ao Parque Ibirapuera, sede histórica, após uma década de edições descentralizadas, com o objetivo de reunir esforços acadêmicos, tecnológicos e sociais. Com a temática central “Extremos – Arquiteturas para um mundo quente”, a programação foi concentrada na Oca, um marco arquitetônico do parque.

Temática relevante para a Arquitetura
Nesta edição, a curadoria do evento reuniu mais de 200 projetos de várias partes do mundo que abordam os impactos das mudanças climáticas e eventos extremos. A programação conciliou vários debates e oficinas para discutir propostas referentes ao aquecimento global.
Além do aumento de temperatura média e elevação do nível dos oceanos, a crise climática envolve uma série de desdobramentos e preocupações para os arquitetos, como oferta de água potável e saneamento básico, cuidado e despoluição de rios e nascentes, reciclagem e sustentabilidade de edifícios civis. Com a ênfase nesse assunto, o evento teve o intuito de destacar a importância do tema e levar especialistas a pesquisarem soluções de materiais construtivos feitos da reciclagem e blocos ecológicos, além de materiais renováveis, como bambu.
A professora Gabriela Abraços, uma das responsáveis pelos estudantes na programação, conta que uma abordagem que despertou a sua atenção foi a da justiça climática, já que as cidades não garantem a estrutura urbana de acesso igualitário para todos os seus moradores. “Em contextos de crise climática, as áreas mais afetadas são, inevitavelmente, áreas mais pobres, que carecem de cobertura vegetal, de saneamento adequado, e de salubridade para moradias e estruturas urbanas”, compartilha.
Para Julia Quadro, estudante do sexto semestre de Arquitetura e Urbanismo do campus São Paulo,o destaque da Bienal esteve justamente na escolha da temática, pela relevância do assunto e, principalmente, por falar com a geração mais próxima do colapso climático. Ela também ressalta o papel essencial do arquiteto em incorporar esses princípios nos trabalhos. “Me chamou muita atenção a arquitetura vernacular aplicada aos projetos e em como as técnicas podem e devem ser aplicadas em pequenos detalhes projetuais, que consequentemente causam um grande impacto na vida das pessoas”, comenta a aluna.
Atividades realizadas durante a programação
A professora percebe que o que mais impactou os alunos foram as possibilidades de materiais biodegradáveis e renováveis, apresentados em ambientes em que os visitantes puderam entrar, tocar e sentir ambientes e texturas. Outro momento importante foi a oficina de biomateriais, na qual os alunos puderam aprender e produzir materiais biológicos para diversas empregabilidades na construção e no design.
Além disso, a prefeitura de Niterói apresentou um projeto de despoluição sustentável da costa oceânica. “Os alunos ficaram atentos à palestra e fizeram perguntas sobre as plantas utilizadas na filtragem e despoluição das águas que retornam ao oceano”, enfatiza Gabriela.
Caroline Tamez, aluna do oitavo semestre do campus Engenheiro Coelho, ficou impressionada com a quantidade de projetos de qualidade e que ajudam a melhorar a vida de pessoas que passaram por catástrofes climáticas nas cidades.
Relevância acadêmica para os futuros arquitetos
Julia destaca que a participação ativa do UNASP nesses eventos contribui de maneira muito positiva para a sua formação acadêmica, porque ajuda a enxergar além da teoria em projetos implementados ou naqueles que ficaram apenas no papel. “É sempre bom perceber que temos muito a aprender com a natureza, criando soluções viáveis e que impactam positivamente o mundo. Abre a cabeça para novas possibilidades”, compartilha.
Já a estudante do oitavo semestre garante que “participar desses eventos, ainda mais com projetos tão bons pensando no cuidado com as mudanças climáticas, sempre traz uma esperança de que podemos criar e melhorar como comunidade, ajudar áreas que estão debilitadas antes que uma tragédia aconteça, como já aconteceram”.
Gabriela ressalta que esta edição da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo deveria ser visitada por todos os cidadãos, porque destaca os impactos do desgaste ambiental que já são reais e sentidos por toda a população do mundo. “Várias ações já efetivadas demonstram que a vida na terra pode ser continuada com mais qualidade, e acessível aos diversos grupos”, explica a educadora.


