Centro de Memória do Unasp é inaugurado na capital paulista
Em comemoração pelos 104 anos do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), bem como pelo Dia Nacional dos Museus, foi inaugurado o Centro de Memória Roberto César de Azevedo do Unasp São Paulo. A inauguração aconteceu no último sábado, 18 de maio, e contou com a presença de pioneiros da Igreja Adventista e da […]
Texto: Mairon Hothon
Em comemoração pelos 104 anos do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), bem como pelo Dia Nacional dos Museus, foi inaugurado o Centro de Memória Roberto César de Azevedo do Unasp São Paulo. A inauguração aconteceu no último sábado, 18 de maio, e contou com a presença de pioneiros da Igreja Adventista e da instituição de ensino, além da deputada estadual Damaris Moura.
O Centro de Memória do Unasp SP é a concretização de um projeto que começou em 2015 com as primeiras buscas da história da instituição, na época em celebração do centenário, depois com exposições temporárias em programações especiais. A coordenadora da iniciativa, Emily Bertazzo, explica que o espaço fixo vai colaborar para a preservação e educação patrimonial da região.
“Como estamos caminhando no processo de se tornar uma universidade e já passamos pelo processo de tombamento patrimonial, por parte da prefeitura, havia a necessidade de termos um lugar que pudesse servir de resgate da nossa história. O Centro de Memória vem nesse sentido, de preservar o que somos e também servir como local de pesquisas para alunos e comunidade que se interessem em conhecer como foi o início do Unasp e do próprio bairro do Capão Redondo”, comenta Bertazzo.
Durante o ato de inauguração, o reitor da instituição, Dr. Martin Kuhn ressaltou a importância do Centro de Memória como parte daquilo que o Unasp se propõe a ser para os estudantes e colaboradores.
“Este espaço nos lembra o quanto Deus fez pela gente e como hoje nós fazemos parte da história, cabe a nós continuar revelando o caráter de Cristo por meio da educação. Fazer 104 anos é motivo de muita celebração, no Brasil das mais de 5 milhões de empresas abertas apenas 102 chegam a ser centenárias, e o Unasp é uma delas. Que a gente olhe pra nossa história e se certifique que Deus está trabalhando em nós e por nós”, celebra.
Para o aposentado Nervil Gorski, passar pelas prateleiras do novo Centro de Memória foi como reviver seu tempo quando fora estudante do antigo Colégio Adventista do Brasil, atual Unasp. O pastor e professor Nervil Gorski, hoje com 95 anos, foi aluno entre 1938 a 1943, fdiretor do campus e o primeiro reitor do Unasp entre 1999 e 2000.
“É tão gostoso relembrar o que eu vivi neste lugar e saber que pude contribuir de alguma maneira para o desenvolvimento do atual campus São Paulo. Foi aqui que estudei, dei minhas primeiras aulas, conheci minha esposa e amigos que tenho até hoje. Chego a ficar emocionado em ver as fotografias dos primeiros prédios”, relembra.
Quem também teve um misto de emoção foi o jovem casal Cleiton e Bruna Cintra que estudaram no Unasp e já se formaram há sete anos. “Viemos para prestigiar a nossa amiga Emily Bertazzo pelo bonito trabalho de organização do trabalho. Não tem como não ter àquela nostalgia quando vemos a alamedas, salas de aula e igreja deste lugar”, comenta a nutricionista Bruna Cintra.
Passado e Futuro
O Centro de Memória está localizado dentro do complexo universitário do Unasp, no mesmo prédio do Ensino Fundamental do Colégio Unasp e funciona de segunda a sexta-feira no período empresarial. A exposição inaugural do centro de memória tem como recorte histórico os primeiros 10 anos do Unasp São Paulo contando a partir de relatos, sussurros, murmúrios de personagens que viveram aqui das primeiras barracas até os primeiros prédios. Intitulada Murmúrios de uma Colina está aberto a todos os públicos.
“Se não conhecemos nossa história, não saberemos para onde vamos. Muitas vidas passaram por aqui por meio da educação e queremos que muitas outras também façam parte dos nossos álbuns, por isso a partir do próximo queremos ampliar o número de cursos, abrindo agora na área de startups comunicacionais e tecnólogo em Gastronomia”, afirma o vice-reitor executivo e diretor do campus São Paulo, pastor Douglas Menslin.
Museus Adventistas
Foi somente no século XVII, que os museus começam a se parecerem com os quais nós conhecemos hoje. Os novos modelos de museus foram criados a partir de doações particulares; o primeiro deles conhecido é o Ashmolean Museum, que surgiu com as doações de Elias Ashmole, da coleção de John Tradescant. No Brasil quem cuida desse segmento é o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) que mantém uma página atualizada com os acrvos brasileiros.
No contexto adventista, os museus estão localizados em sua maioria nas unidades educacionais.
Museu de Arqueologia Bíblica (MAB) – é o primeiro núcleo adventista brasileiro destinado a colecionar e expor achados arqueológicos relacionados ao mundo da Bíblia, o MAB é o maior desse segmento na América Latina. Com mais de quatro mil peças, o acervo foi inaugurado no ano de 2000 e inclui coleções de objetos de cerâmica, moedas, estatuetas, inscrições, entre outros artefatos antigos que retratam diferentes períodos da história bíblica e do período pós-apostólico, incluindo a invasão islâmica em Israel e a cristandade da Idade Média. Abrange um período de mais de 4.500 anos, do chamado Bronze III (2600 a.C) até o século 15 d.C. Aberto ao público no Unasp, campus Engenheiro Coelho.
Centro de Pesquisas Ellen G. White e Centro Nacional da Memória Adventista – reúne mais de 55 mil páginas de escritos da pioneira, incluindo três cópias originais. Em espaço contíguo, também podem ser vistos no acervo do Centro Nacional da Memória Adventista móveis, fotos e objetos pessoais de pioneiros do adventismo no Brasil e no mundo, bem como uma Bíblia de 1788, traduzida para o alemão por Martinho Lutero. Funciona no Unasp, campus Engenheiro Coelho.
Museu de Geociências da FADBA – conta com um acervo de aproximadamente 400 fósseis, além de inúmeras rochas e peças arqueológicas, funcionando como um centro de recursos filiado ao Instituto de Pesquisas em Geociências ligado à Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Museu Histórico Adventista de Gaspar Alto – Localizado ao lado da Igreja Adventista de Gaspar Alto (SC), o museu tem dezenas de artefatos, documentos e fotografias dos pioneiros, além de literaturas em alemão, cartas escritas à mão e ferramentas utilizadas na construção do primeiro templo, em 1896.