Curso de Direito faz evento on-line em homenagem a Semana da Mulher
Palestrantes falaram sobre temas relevantes para a igualdade dos direitos da mulher, no campus Engenheiro Coelho.
Texto: Monise Almeida | Edição: Theillyson Lima
O curso de Direito do UNASP, campus Engenheiro Coelho, promoveu um evento on-line em homenagem à Semana da Mulher durante os dias 8 a 10 de Março. A programação ocorreu ao vivo às 16h em lives transmitidas pelo YouTube e contou com a participação de professores, alunos do curso e convidadas especiais da área.
A organização do evento reiterou a importância da informação para as mulheres e a conscientização de seus direitos.“Essa semana foi essencial para informar nossos alunos e futuros profissionais da justiça. O conhecimento liberta, traz segurança, empodera e promove possibilidades diversas para problemáticas sociais”, destaca a professora do curso, doutora Ivelise Fonseca, que também foi mediadora durante as palestras.
Palestras ministradas
A programação teve início com a participação da doutora Eunice Prudente, secretária municipal de justiça de São Paulo, professora e doutora da Faculdade de Direito da USP. Uma leitura internacional sobre a mulher, foi o tema da sua palestra, na qual abordou sobre a igualdade da mulher e os desafios enfrentados pela mulher negra na sociedade. Para a doutora, é preciso haver uma mudança no comportamento feminino, para gerar transformações significativas na sociedade. “Em minha palestra, apresentei uma teoria crítica de direitos humanos com uma política de transformações, pois somente assim podemos visualizar estratégias para combater todas as formas de opressão”, explicou a doutora.
No segundo dia do evento, a doutora Regina Tavares, Presidente Nacional da Associação de Direito de Família e Sucessões (ADSFAS), escolheu o tema: A desproteção das mulheres nas relações de Poliamor. A prática de ter mais de um relacionamento, traz graves prejuízos na saúde da mulher. Segundo o código penal brasileiro, o ato de bigamia, contrair um casamento com outra pessoa já casada, é proibido. Diante disso, a doutora finalizou sua apresentação, ao esclarecer a necessidade dessas informações para as mulheres que são desprotegidas diante de relações.
Para encerrar a semana, o último dia do evento terminou com a presença da doutora Andreia Maura Bertoline Rezende de Lima, juíza e professora de Direito em SP, doutora e mestre pela PUC-SP. A proposta da sua mensagem, era apresentar aos alunos da faculdade a atuação do poder judiciário e incentivar a participação feminina nos cargos de chefia e poder. “A melhor forma de obter mais igualdade, reconhecimento e respeito é nós mulheres agirmos diante dessa realidade. Não podemos ficar esperando as coisas acontecerem, mas sim, nos levantar, dialogarmos e lutar para efetivar essa revolução”, declara a doutora.
Impacto para alunos
Os alunos presentes no evento tiveram a oportunidade de fazer perguntas a respeito dos temas apresentados e explanar suas dúvidas ao final das palestras. Jamily Santos, cursa o primeiro semestre de Direito e contou a sua experiência de acompanhar a semana. “Achei fundamental a iniciativa do curso em promover esse evento na semana da mulher. Foi rico em informações e a participação das convidadas excelente”, elogiou a aluna.
Conforme as pesquisas do Instituto Datafolha e do FBSP, 27,4% das mulheres reportaram ter sofrido algum tipo de violência ou agressão em 2019. A falta de representatividade e desigualdade no mercado de trabalho é revelada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde 54,5% das mulheres integraram a força de trabalho no país em 2019. Essas evidências, entre outras, comprovam o preconceito ainda enraizado.
“Quando decidi entrar no curso de Direito ouvi muitas coisas como “advogado bom mesmo, é advogado homem, a mulher não sabe nada dessa área”, como se fôssemos inferiores. Como se não tivéssemos o nosso papel na sociedade”, desabafa Jamily, uma das várias alunas que passam por situações como essas.
A aluna Raphaela Zaroni conta que o evento teve um grande impacto em sua vida como mulher, aluna e profissional. “Essa semana significou muito para mim e reforçou o quão importante as mulheres são e demonstrou que, infelizmente, a luta ainda é grande. Eu pude compreender a necessidade de estudar mais sobre o tema e sobre a minha responsabilidade como profissional de atuar e defender essa causa”, finaliza.