Ex-aluna do Unasp apresenta trabalho em congresso internacional
O livro-reportagem Filho do Estado, da jornalista Isadora Stentzler, foi escolhido entre os seis trabalhos acadêmicos que serão apresentados durante o 11º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo.
Texto: Redação
Isadora Stentzler se formou em Jornalismo no ano passado e produziu livro sobre o grupo Black Bloc.
O livro-reportagem “Filho do Estado”, da jornalista Isadora Stentzler, foi escolhido entre os seis trabalhos acadêmicos que serão apresentados durante o 11º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. O evento é organizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e reúne a nata da profissão no Brasil e do exterior. Isadora defendeu seu trabalho de conclusão de curso no ano passado no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, e teve como orientador o jornalista e professor Luis Fernando Assunção.
Neste ano a Abraji recebeu número recorde de inscrições de trabalhos de conclusão de curso: foram 35 trabalhos (mais que o triplo do registrado em 2015) oriundos de oito estados diferentes. Em “Filho do Estado”, Isadora pesquisa as motivações por detrás da máscara e revela o que queriam o polêmico grupo Black Bloc, que tomou as ruas paulistanas em 2013. A trama relembra as performances adotadas por estes manifestantes e os apresenta no contexto do anarquismo no Brasil. Tem como pano de fundo um adolescente que, através de sua experiência de vida, perpassa esses momentos de tensão política vivida pelo país. Uma obra de jornalismo investigativo que explora o que não foi contado pela grande mídia brasileira.
A jornalista conta que estudou o grupo durante dois anos e pode perceber, através da história de seu personagem, que a mídia os retratou de maneira incompleta. “A maioria das pessoas não entendeu do que se tratava a massa de encapuzados. É um livro para se entender o Black Bloc. É preciso lê-lo com a mente aberta”, destaca Isadora. Para escrever o livro, ela escolheu ir às manifestações para vivenciar essa experiência. Sua maior dificuldade foi experimentar a “truculência policial”, como a jornalista mesmo define. “Percebi o quanto os mascarados se ajudavam, enquanto a polícia seguia com uma guerra desigual: bombas e balas de borrachas contra pedras”, relata.
A autora do livro terá a oportunidade de contar sobre os bastidores dessa investigação no dia 23 de junho, durante o congresso, num espaço reservado especialmente para ela. A jovem conta que se sente honrada em ter seu trabalho selecionado entre tantas produções e se sente realizada por poder compartilhar sua experiência em um evento que reúne grandes nomes do jornalismo brasileiro e internacional. “Agradeço ao meu orientador e a todos os professores do Unasp-EC. Sempre tive a preocupação em fazer um trabalho que não ficasse na gaveta. Estar neste congresso é um presente para uma recém formada”, avalia.
O livro está disponível on-line.