Flag Football cresce no Unasp e conquista a comunidade
O Roosters, time de flag football (variante do futebol americano) do Unasp Engenheiro Coelho, é o atual líder da Conferência Caipira – o campeonato regional de flag. No último dia 26, a equipe jogou contra o Barretos na cidade de Piracicaba, e, em 16 de junho, enfrenta os Brokenstones em casa. Nos últimos anos, o […]
Texto: Hellen Piris
O Roosters, time de flag football (variante do futebol americano) do Unasp Engenheiro Coelho, é o atual líder da Conferência Caipira – o campeonato regional de flag. No último dia 26, a equipe jogou contra o Barretos na cidade de Piracicaba, e, em 16 de junho, enfrenta os Brokenstones em casa.
Nos últimos anos, o futebol americano tem conquistado espaço em grande parte do Brasil, e o Unasp não é exceção. Eric Dos Santos, membro do time e jogador na posição linebacker – uma das responsáveis pela defesa -, diz que esse esporte é extremamente dinâmico. “As coisas podem mudar literalmente a qualquer minuto”, afirma. Ele também explica que “a maioria das pessoas enxerga o jogo como algo brutal e agressivo, próximo das lutas de MMA, quando, na verdade, ele é mental. Exige saber executar de forma certa o que foi programado, demandando muito tempo de estudo teórico além da prática”. Ele salienta que o futebol americano é, provavelmente, único em seu nível de dificuldade técnica e nuances no jogo.
No momento, o advogado e ex-estudante do Unasp Engenheiro Coelho, Henrique Faria, atua como diretor do time. Ele expressa grande admiração pelo esporte, já que, nele, os jogadores não precisam “dar show”, e sim serem bem treinados e competitivos.“O grande diferencial do futebol americano é o quanto – embora haja muito contato físico – o jogo se assemelha a um jogo de xadrez entre os coaches”. Com essa analogia, fica clara a intensa preparação mental exigida pelo esporte. O jogador Gustavo Kinderman concorda com o diretor. Para ele, “o futebol americano é um esporte democrático”, que, “além de acolher variados tipos de pessoas com diferentes biotipos, precisa delas”.
De acordo com Faria, o time surgiu em 2017 sob a direção de Daniel Betzel e Lucas Nicaretta. Os dois eram estudantes do Unasp Engenheiro Coelho, e, agora, estão formados e inseridos no mercado de trabalho. “Eles começaram a chamar os meninos que brincavam com a bola de futebol americano em um campo de areia, e transformaram essa brincadeira em coisa séria”, lembra. Ainda em 2017, o Roosters disputou sua primeira partida oficial. Por coincidência, ela ocorreu contra o então time de Henrique: o Guaçu Snakes, de Mogi Guaçu. “Unasp Toucans”, “Unasp Rabbits” ou “Unasp Opressors” foram alguns dos primeiros nomes propostos para o time, mas “Roosters” soou melhor – e está na boca dos alunos do campus.
Um jogo estratégico requer atletas preparados. Por isso, o diretor informa que existem dois modos de entrar para o Roosters: pelas seletivas, que ocorrem duas vezes ao ano e “coincidem com as janelas de inscrição e transferências do campeonato paulista”, e através do Practice Squad (equipe de prática). Lá, jogadores que não foram aprovados de primeira ou que não realizaram a seleção têm a oportunidade de treinar com membros do time. “Se tiver um desempenho de destaque, pode ficar com a vaga de algum jogador que tenha problemas de performance ou compromisso”, complementa Faria.
O Roosters gostam tanto da comunidade que até criaram um vlog no youtube para interagir melhor com os simpatizantes do time e o público em geral. Jogos e resultados, práticas da equipe dentro do campo, viagens, e claro, o convívio e parceria entre os participantes da equipe, são alguns dos temas abordados pelo vlog. A produção é feita pela equipe de mídia que gosta de usar memes dos próprios atletas, músicas e comentários humorísticos em seus vídeos.
Muito além do jogo
O Roosters não se contém aos treinos e jogos. Há quem diga que o time é, na verdade, uma espécie de instituição. A equipe ora antes e depois de cada jogo e desenvolve projetos sociais. Eric dos Santos conta que um menino de 11 anos, da cidade de Natal, enviou uma mensagem via Instagram para o time pela conta de seu irmão. “Ele falou que torce pela gente porque gosta muito de futebol americano e a família é adventista. Por sermos do Unasp, eles nos conheceram. É bom e impactante saber o alcance que temos por fazer parte de uma instituição confessional”. Santos também viveu outro momento marcante com a equipe. Foi ao final de um jogo no ano passado, e o time adversário pediu para participar da oração. “É importante pra gente porque mostra que não somos vistos só como um time qualquer, mas sim levando algo a mais”, celebra Santos. Ele também frisa que o Roosters tem uma real preocupação em “levar mais do que só o nosso jogo – só dentro do campo, por assim dizer. Temos uma filosofia de que as coisas passam muito depressa, e, que por mais que todos queiram ganhar, no final do dia é só uma taça vazia, um troféu que será esquecido em algum canto empoeirado. Por isso, procuramos praticar entre nós e levar para os outros uma mensagem que dê sentido; que não seja só um jogo, mas um momento onde possamos mostrar a nossa crença e as nossas atitudes de forma a sermos catalisadores de mudanças, mesmo que pequenas na vida de quem passarmos”. Kinderman acrescenta que o futebol americano não só é um esporte, mas sim uma forma de conhecer novas pessoas. “Isso é uma das coisas mais belas que ele nos proporciona”.
O Roosters não tem somente jogadores de flag, mas também portadores de esperança. O líder espiritual do time, Pastor Jessé Passos, conta como eles fazem isso. “Participamos da entrega de livros missionários em alguns jogos. Este ano continuaremos com essa ação. Na medida possível oramos ao final das partidas junto com a equipe adversária, desde que ela também aceite, mas o convite sempre é feito”. Ele também explica o quanto são importantes para o time essas atitudes manifestadas antes, durante e depois do jogo. “Creio que o primeiro passo para qualquer evangelismo é o exemplo”, conclui.
E parece que toda a estratégia física, técnica e espiritual tem dado frutos, inclusive nos jogos. O resultado avassalador do último jogo – uma vitória de 28 a zero sobre o Barretos Bulls, ex-líder do campeonato. A partida que ocorreu no dia 26 de maio os trouxe a liderança da Conferência Caipira e “quase garantia de vaga nos playoffs”, de acordo com Faria. Os destaques do jogo foram Kevin Unglaub, no ataque, e Matheus Cardoso, na defesa. Além disso, é importante lembrar que o Barretos Bulls era líder da Conferência Caipira. Na penúltima partida, a equipe venceu o Bulldogs, de São Carlos, por 20 a 8, em um jogo descrito por Faria como “extremamente nervoso e até mal jogado”. No momento, o Roosters também conta com outros dois times em treinamento: um sub-17 e outro feminino. Eles devem ter seus primeiros amistosos marcados para o segundo semestre.