Cultura e Ciência

Museu do UNASP, em Engenheiro Coelho, conta com mais de 4 mil peças

Museu é o primeiro Núcleo Adventista Brasileiro e o maior desse segmento na América Latina Dia 18 de maio é comemorado o Dia Internacional dos Museus. Esta comemoração foi iniciada em 1977 pelo ICOM (Conselho Internacional de Museus). Conforme os estudos e artigos sobre o tema, os museus têm origem na necessidade do ser humano […]

Texto: Por Thamiris Senis e Mairon Hothon

Museu é o primeiro Núcleo Adventista Brasileiro e o maior desse segmento na América Latina

Dia 18 de maio é comemorado o Dia Internacional dos Museus. Esta comemoração foi iniciada em 1977 pelo ICOM (Conselho Internacional de Museus). Conforme os estudos e artigos sobre o tema, os museus têm origem na necessidade do ser humano em colecionar coisas, de conservar suas memórias; isso desde a antiguidade. Um exemplo disso pode ser um anel ou um vaso herdado de um familiar. Hoje, no entanto, temos o hábito de preservar lembranças em fotos e objetos que nos remetem a momentos felizes.

Foi somente no século XVII, que os museus começam a se parecerem com os quais nós conhecemos hoje.  Os novos modelos de museus foram criados a partir de doações particulares; o primeiro deles conhecido é o Ashmolean Museum, que surgiu com as doações de Elias Ashmole, da coleção de John Tradescant. Só então o museu deixou de ser um centro passivo de acúmulo, para se tornar um local de interpretação social, interagindo com a educação e cultura.

Com o intuito de contribuir para a manutenção da história, faculdades e instituições educacionais também tomaram a frente desta luta. Um dos exemplos vem do interior paulista, mais especificamente da cidade de Engenheiro Coelho, no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP). Por lá, existe um acervo que vai desde arquivos históricos até documentos de personagens ilustres para o contexto bíblico.

A professora Janaína Xavier é museóloga e uma das responsáveis pelo acervo do campus universitário, ela garante a importância desse patrimônio para os alunos dos cursos de História e Teologia, entre outros.

“Temos um museu relacionado a uma coleção do Oriente Médio do mundo mediterrâneo, e no Brasil isso é algo inédito. Nós até temos alguns patrimônios parecidos espalhados por algumas universidades no Brasil, mas nada comparado ao tamanho do nosso acervo” assegura.

Assim como o Ashmolean Museum, o Museu de Arqueologia Bíblica Paulo Bork do Unasp-EC também começou com a iniciativa de um pioneiro na área, o senhor Paulo Bork, um arqueólogo adventista que iniciou sua formação no Brasil, mas terminou o Ensino Superior nos EUA, e ao longo de sua vida adquiriu várias peças para uma coleção pessoal.

Na década de 90, ele manifestou o interesse em doar essa coleção pessoal para o Centro Universitário, para que assim a instituição começasse a formar um acervo. No ano de 2000, a doação já havia sido realizada, e então fora feito o mobiliário expositivo e inaugurada à exposição.

Hoje em dia, o acervo tem aproximadamente 4.200 peças, sendo 400 delas arqueológicas, 1.800 moedas e 200 obras raras, como livros antigos. Além disso, Xavier diz que o acervo é para o ensino, pois ele beneficia tanto os alunos do Unasp-EC quanto os estudantes e pesquisadores de outras instituições como a USP e UFRJ.

“Nós já recebemos escolas públicas e particulares da região, quando os professores tinham a intenção de apresentar o acervo como artefatos históricos. O acervo vai à direção da educação formal e também da informal”, enfatiza.

Chrystian Máximo é estudante de História e trabalha com um acervo de fotografias de instituições e personalidades do movimento adventista no século XX. Para ele, trabalhar com acervos é lidar de maneira peculiar com a identidade de várias culturas juntas e manter a memória viva por meio da cultura material.

“São aproximadamente cerca de 20 mil delas, onde faço uma pesquisa sobre as pessoas na foto, ou da instituição, e tecer um discurso biográfico acoplando as informações em uma planilha do Excel”, explica. Como estudante de história, este trabalho proporciona um contato direto com aquilo que se define por “documento histórico”, que é o acervo em geral.

O Museu de Arqueologia Bíblica Paulo Bork está localizado dentro da biblioteca do UNASP-EC, situado a Estrada Municipal Pr. Walter Boger, sn, no bairro de Lagoa Bonita, em Engenheiro Coelho (SP). Os horários para visitação são de segunda a quinta das 7h30 às 18h e na sexta das 7h30 às 12h.

 

Em outras regiões

Não só o Unasp em São Paulo oferece essa oportunidade de visitar o acervo. Na Faculdade Adventista da Bahia (FADBA), localizado na cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, o Museu de Geociências existe desde 1991, por iniciativa pessoal do médico Carlos Gama Michel. “Atualmente o museu está passando por uma renovação da estrutura física, para melhor atendermos os visitantes”, destaca o responsável pelo local, professor Wellington Silva.

No Instituto Adventista Paranaense (IAP), em Ivatuba (PR) e na Faculdade Adventista da Amazônia (FAAMA), em Benevides (PA) não existem museus, todavia as instituições oferecem os Centros White que são centros de acervos da escritora adventista norte-americana Ellen White.

 

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