Peça de "Crime e Castigo" é debatida na Pós-graduação do UNASP
O curso de MBA em Política Criminal e Gestão Penitenciária – do UNASP, em parceria com o curso de Direito do campus São Paulo – promoveu, visando a interdisciplinaridade, uma aula aberta onde foi apresentada uma peça teatral inspirada da obra “Crime e Castigo: Uma Vida para Ródion Raskólnikov”. O evento aconteceu no último domingo […]
Texto: Aira Annoroso
O curso de MBA em Política Criminal e Gestão Penitenciária – do UNASP, em parceria com o curso de Direito do campus São Paulo – promoveu, visando a interdisciplinaridade, uma aula aberta onde foi apresentada uma peça teatral inspirada da obra “Crime e Castigo: Uma Vida para Ródion Raskólnikov”. O evento aconteceu no último domingo (16). O romance escrito pelo russo Fiódor Dostoievski foi, posteriormente, tema de debate entre os alunos e professores do curso.
SOBRE A PEÇA “CRIME E CASTIGO”
A peça é escrita por Luciano Martins Costa, dirigida por Carla Leoni, e interpretada por Marcio de Luca, que mostra a história de um jovem estudante que comete um assassinato e mostra toda a carga punitiva do estado no trato e seu sistema de justiça. Segundo Cláudio Tucci, coordenador do MBA em Política Criminal e Gestão Penitenciária, sua apresentação faz parte das atividades de aprendizagem na disciplina de Crimonologia. “É uma forma de trazer uma reflexão aos alunos no campo da formação intelectual e profissional”, afirma.
Para Hortência Ferro, aluna do curso, a peça trouxe uma reflexão sobre o olhar em relação a um criminoso e ao contexto do crime. “Conseguimos entrar um pouco na mente do criminoso, conhecer seus medos, suas angústias e suas loucuras”, revela. Para ela, lidar com pessoas não é uma ciência exata. “Então é importante que as pessoas, e principalmente quem já atua no sistema prisional, tenham um olhar mais ético sobre os que estão encarcerados, pois esses precisam de oportunidade para mudar”, completa.
Julio Floriano, também aluno do curso, ressalta que a experiência da utilização das diversas formas de expressões artísticas na educação, seja ela em qualquer nível (graduação ou pós-graduação), sempre tem um bom resultado. “Ela possibilita uma reflexão diferente, coloca um outro nível de percepção de um problema existente”, explica.
Do mesmo modo, a pós-graduanda Deyse Andrade expõe diversas reflexões que teve ao assistir a peça. “Durante todos esses anos trabalhando no sistema prisional eu tenho visto que muitos veem o crime sendo sua única alternativa. Muitos não sabem o que irão fazer após sair da prisão. Isso foi o que aconteceu com o personagem da peça”, conta. Deyse argumenta sobre também a importância das políticas públicas para evitar que certos crimes ocorram e de buscar entender as motivações daquele indivíduo ao cometer o crime.
SOBRE O CURSO
Hortência é pedagoga e policial penal do estado de Pernambuco. Por atuar na área penitenciária, decidiu fazer o MBA em Política Criminal e Gestão Penitenciária. Ela acredita que esse é um curso precursor na área e de uma grande importância, haja vista que o Brasil é um país com altos índices de violência e de reincidência criminal.
“A oportunidade de fazer esse curso é incrível, as disciplinas oferecidas são muito interessantes, não somente para quem pretende estudar sobre o sistema prisional no Brasil, como também para os alunos que já trabalham no sistema prisional”, diz.
Em contrapartida, o aluno Júlio é sociólogo e diretor regional na área da reintegração social. Para ele, poder conhecer e aprofundar análises em áreas como Inteligência Penitenciária, Arquitetura Prisional ou Gerenciamento de Crise, o auxilia a entender as pessoas que chegam até os espaços de reintegração social após o cumprimento de uma pena em cárcere. Além disso, ajuda a perceber quais demandas ele e sua equipe podem antecipar, planejar e como auxiliar as demais áreas.
“O curso possibilita que diversos profissionais com diferentes experiências e formações, troquem conhecimentos e dialoguem com mais profundidade sobre os temas. Mas principalmente, estabeleçam uma produção de alternativas viáveis para os diversos problemas existentes”, conclui Julio.
Deyse assumiu o cargo de diretora geral de uma unidade prisional feminina na capital paulista. Ela destaca que cursar o MBA em Política Criminal e Gestão Penitenciária tem sido uma oportunidade de aprender com pessoas que realmente conhecem o sistema e são engajadas nas questões de políticas públicas. Ainda mais, ela menciona que o curso possui alunos de diversos estados do Brasil, facilitando a troca de experiências entre os colegas que atuam no sistema prisional.