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Reflexos da quarentena: como lidar com a disputa entre pais e filhos pelo mesmo computador?

O período necessário de isolamento social – para conter a propagação do novo coronavírus – tem causados diversos reflexos nas famílias, haja vista que os membros de cada uma agora precisam ficar juntos o tempo todo, dividir mais a atenção, os espaços, e até mesmo os objetos. É verdade que o instrumento principal de trabalho […]

Texto: Aira Annoroso

“O período de quarentena, vivido por grande parte das cidades do país, trouxe uma nova realidade para muitos estudantes: a convivência em tempo integral e os desafios de manter a rotina, a aprendizagem e os momentos de diversão”, afirma o Me. Gregory Seibert.

O período necessário de isolamento social – para conter a propagação do novo coronavírus – tem causados diversos reflexos nas famílias, haja vista que os membros de cada uma agora precisam ficar juntos o tempo todo, dividir mais a atenção, os espaços, e até mesmo os objetos. É verdade que o instrumento principal de trabalho e estudo de pais e filhos se tornou um dos objetos mais disputados nas casas de grande parte dos brasileiros: o computador.

Além do telefone celular, o computador se tornou uma ferramenta imprescindível para os pais, que desde março passaram a trabalhar em modalidade home office, mas também para os filhos que tiveram suas aulas suspensas temporariamente. Só nos primeiros dias da quarentena foi registrado um aumento de 40% no consumo de internet pelas operadoras, através das ferramentas eletrônicas.

Para o Me. Gregory Seibert, docente do curso de Sistemas de Informação do Unasp Hortolândia, com o trabalho em casa e as atividades da Graduação para serem executadas, é necessário unir o útil ao agradável e aprender utilizando a tecnologia de forma responsável. “Utilize suas ferramentas tecnológicas como computador, celular, entre outros, para aprender neste momento, seus professores estão se empenhando para que a melhor aula com as melhores ferramentas de ensino chegue até você”, aconselha aos alunos universitários, mas ressalta que isso precisa ser feito de maneira organizada, colaborando com a rotina familiar.

De quem é a prioridade?

Enquanto os pais precisam escrever e mandar e-mails, elaborar e preencher planilhas, os filhos precisam assistir aulas online e realizar atividades disponibilizadas nas plataformas de ensino. Mas afinal, de quem é a prioridade para a realização de tarefas? Segundo a Dra. Catherine Araujo, psicopedagoga da Educação Básica do Unasp São Paulo e docente do curso de Pedagogia, quando se fala em atividades do trabalho, no caso dos pais, e atividades escolares dos filhos, há um empate, pois ambos são prioridade.

Segundo a Dra. Catherine, organização é a chave para boa convivência familiar durante o período de isolamento social.

A especialista garante que a melhor forma de resolver uma briga causada pela disputa do computador, quando um acha que tem mais prioridade que o outro, é que os pais e os filhos compartilhem seus sentimentos de insatisfação. “É preciso parar de discutir e considerar os sentimentos dos outros sempre com respeito e se colocando no lugar do outro. Nesse contexto não há espaço para o egoísmo”, explica.

Cronograma

Para a doutora, os pais devem montar um cronograma de horários para a utilização do computador, que deve ser seguido à risca a fim de evitar disputas e discussões. “Esse tipo de situação também é uma ótima oportunidade para desenvolver rotina, respeito, espírito de equipe, união, respeito, solidariedade entre outros valores e atitudes fundamentais na família e sociedade”, afirma.

Os pais devem promover uma conversa com os filhos em que as agendas e compromissos devem ser a pauta. “As crianças costumam dar ótimas soluções… quando elas participam desse processo, seguem com fidelidade e cobram o mesmo dos seus pais”, diz.

Já os filhos podem contribuir fazendo um levantamento das atividades que não precisam fazer diretamente no computador e assim darão oportunidade para os demais membros da família. “Tem que ser um pelo outro e todos pelo sucesso de todos os membros da família. É importante pensar dia a dia: o que eu tenho e posso fazer pela minha família e por mim hoje?”, conclui Catherine.

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