Grupo de voluntários dos Estados Unidos visita São Paulo para missão
Os missionários ficaram hospedados no UNASP campus Engenheiro Coelho e foram recebidos pelo Intercâmbio Adventista e Núcleo de Carreiras.
Texto: Redação
As ações de missão transcultural e voluntariado são cada vez mais presentes entre os membros da comunidade adventista. O desejo de abreviar a vinda de Cristo motiva jovens, adultos e idosos a saírem de suas cidades em busca de conexão com outras regiões do mundo, a fim de pregar o evangelho e mostrar solidariedade na ativa. Como voluntários, cuidar de crianças em situação de vulnerabilidade social, ajudar pessoas em situação de rua, pregar mensagens de conforto e esperança são algumas iniciativas entre os missionários.
Pensando assim, um grupo de 21 voluntários partiu de Nova Iorque para São Paulo em uma missão de 10 dias. A comitiva foi recebida em 3 de outubro nas instalações do UNASP campus Engenheiro Coelho e conduzidos em sua estadia pelo Núcleo de Carreiras e Intercâmbio Adventista, cuja sede está dentro do centro universitário. Além de auxiliar pessoas, o grupo conheceu estruturas importantes para a Igreja Adventista na América do Sul, como a União Central Brasileira, sediada na cidade de Artur Nogueira e a TV Novo Tempo em Jacareí. Os visitantes também passaram por alguns pontos turísticos da capital paulista.
O sonho de servir como voluntários
O pastor Reynolds Rodriguez visitou o Brasil pela primeira vez. Ele atua em três igrejas e é também diretor de comunicação da conferência em Nova Iorque. Antes do Brasil, também conheceu a República Dominicana em missão. “É uma benção compartilhar o que Deus nos dá e convidar outras pessoas para participarem”, comemora. Ele conta que foi inspirado por três jovens da sua igreja que decidiram participar e foram auxiliados financeiramente pela igreja.
Entre eles, estava Deborah Ndachaisaba. Ela nasceu na Tanzânia e foi criada em um campo de refugiados após seus pais serem forçados a saírem do país de origem. Aos 15 anos, mudou-se para os Estados Unidos. Antes de chegar no novo país, já se envolvia com pequenas missões e ajudava aos outros sempre que possível. “Sempre foi uma paixão minha apoiar as crianças, imigrantes etc. Quando ouvi que essa seria uma missão onde eu poderia ajudar as pessoas, fiquei animada”, explica.
Serviços e encontros
Em cada ação, os voluntários aprendiam mais sobre a igreja no Brasil e buscavam deixar uma marca positiva. As visitas aos orfanatos e centros de habilitação provocaram sentimentos diversos, entre eles mais desejo de servir e falar sobre Jesus. Deborah conta que viver uma experiência diferente de tudo que imaginava. “Eu aproveitei muito, exceto quando nós fomos visitar o centro de reabilitação. Quando você pensa em centros assim, imagina pessoas mais velhas, com mais de 30 anos, mas um dos pacientes lá tinha 12”, lamenta. Ao imaginar os irmãos mais novos naquela situação, se compadeceu ao enxergar aquela realidade.
De maneira semelhante, o pastor Reynold conta que ver crianças e adolescentes imersas em ambientes tão hostis, o incentivou a fazer mais pela igreja. “Essa foi a experiência mais chocante. Eu fiquei emocionado e chorei com tudo que eu vi lá. Ver crianças de 12 e 14 anos se reabilitando do abuso de drogas me impressionou, me fez querer poder fazer mais”, reforça. O projeto Hope for Kids da cidade de Engenheiro Coelho também foi marcante entre eles. A convivência com as crenças, entre brincadeiras e pinturas, deixou uma memória repleta de felicidade.
Força da igreja
Além do voluntariado, os missionários destacaram a força da igreja adventista no Brasil. O pastor Luis Soto lidera igrejas em Nova Iorque. Sua função requer o trabalho com pessoas, estudos bíblicos e ajuda, assim como o campo missionário. Mas, para ele, a missão também é paixão. “Sempre aproveito quando tenho a oportunidade de ir a algum lugar. Eu queria vir para o Brasil, conhecer a cultura e as pessoas e trazer ajuda aos que precisam”, comenta. Após vivenciar a missão, aponta que “a maioria das vezes os voluntários pensam que estão abençoando alguém, mas, na verdade, quem ajuda é abençoado”.
O pastor Soto afirma que a vontade dos brasileiros para cumprir a missão é interessante, especialmente pela juventude motivada e gentil. “Na nossa cultura, os mais velhos não dão oportunidade aos mais jovens, nós estamos paralisados. Aqui, os mais velhos apenas dizem aos mais jovens para liderar a igreja e eu penso que isso é a chave para o sucesso de vocês [brasileiros]”, frisa. Ele também reforça que as atitudes e recepção do UNASP e Intercâmbio Adventista fizeram a diferença. “As pessoas do Brasil são realmente amáveis, nos fazem sentir bem-vindos. Nós fomos jantar uma noite e uma garota veio e simplesmente disse ‘posso orar por vocês?’, isso foi incrível”, conta emocionado.
Conhecer os ministérios do Brasil fez com que a missão ganhasse novos desdobramentos. “Nós precisamos dessa energia do Brasil. Foi uma benção, foi emocionante”, confessa Deborah. A inspiração do que viram serviu de combustível para trabalharem nas suas igrejas com o objetivo de alcançar mais pessoas para o reino. Quando questionada sobre o que diria aos seus amigos quando retornasse, ela afirma: “Não diria nada, apenas mostraria todas as coisas boas do Brasil. Eles precisam disso, e isso é o que podemos dar”.