Universitários empreendem com venda de literaturas
Há quem consiga pagar a faculdade inteira com lucros recebidos no período de férias Uma pesquisa realizada pela Nielsen (informação de pesquisa no mercado), sob encomenda do Sindicato Nacional dos Editores (SNEL), mostrou que, no Brasil, o faturamento com a venda de livros físicos até o mês de março de 2019 encolheu 25% comparado ao […]
Texto: Djuliane Rodrigues
Há quem consiga pagar a faculdade inteira com lucros recebidos no período de férias
Uma pesquisa realizada pela Nielsen (informação de pesquisa no mercado), sob encomenda do Sindicato Nacional dos Editores (SNEL), mostrou que, no Brasil, o faturamento com a venda de livros físicos até o mês de março de 2019 encolheu 25% comparado ao mesmo período do ano anterior. Em contrapartida, o ministério de publicações da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) apresentou resultados significativos para universitários que usam o trabalho da colportagem (distribuição de literaturas religiosas, familiares e de saúde) para custear os estudos na faculdade. Os jovens viajam por todo o país visitando pessoas de porta em porta, no comércio ou por meio de indicações para oferecer os materiais, e, dessa forma, alcançar seus objetivos.
O pastor e diretor do Instituto de Desenvolvimento do Estudante Colportor (Idec) do Centro Universitário Adventistas de São Paulo (Unasp) Engenheiro Coelho, Paulo Pinheiro, destaca a importância da colportagem para jovens que desejam empreender. Para ele, “ela é uma faculdade da vida. Lá, você aprende a se comunicar, ou seja, lida melhor com as diferenças. Além disso, se torna ousado, a ter coragem, ter objetivos, a administrar suas finanças, gerenciar o ‘não’, que é tão comum hoje no mundo e no mercado, e, além do mais, ensina a ter um relacionamento familiar maduro e saudável”, pondera. O estudante de Direito do Unasp Marcelo Santos conseguiu ingressar no ensino superior através da colportagem, e, para economizar durante a campanha estudantil e continuar cursando o semestre, ele estabeleceu técnicas financeiras. “Anoto todos os meus gastos. Não posso sair gastando tudo que ganho. Por isso, não posso ter padrões fora da minha realidade. Além disso, crio alvos, e, quando os alcanço, me auto presenteio comprando aquilo que desejo”, pondera.
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Acesse as fotos do evento que marcou a Semana da Colportagem 2019 no Unasp
Para o bom andamento da colportagem estudantil, é necessário um líder que gerencie toda a campanha. Jefferson Medeiros faz parte desse grupo, e menciona que, para ser um colportor com mente empreendedora, é preciso acreditar que o lugar onde trabalha é promissor, e que poderá lhe proporcionar boas condições para trabalhar e alcançar seus objetivos se o estudante for organizado e seguir as ordens estipuladas para o crescimento pessoal. “É importante entender que não se pode gastar aquilo que não temos. Deve-se aguardar o acerto final para depois utilizar os valores recebidos sem fazer dívidas. Depois disso, o colportor deve entender que todo o recurso adquirido provém de Deus. Ele pede que O devolvamos 10% – o dízimo -, e que sejamos bons administradores dos outros 90%”, frisa.
Mesmo em meio à queda na venda de literaturas em todo o Brasil, Paulo Pinheiro argumenta que o futuro da colportagem não é algo que o preocupa, pois, embora o colportor trabalhe com literaturas, o contato presencial com o cliente faz toda a diferença. “Nada substitui o aperto de mão, o sorriso que você dá ao falar com a pessoa ou dar uma palavra amiga”, acredita. Ainda mais importante do que isso é a intervenção espiritual no trabalho da colportagem: “Nada do que Deus instituiu, fracassou”, reforça o pastor.