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Conheça 6 peças do Museu de Arqueologia Bíblica

Você já pensou em conhecer a história da Bíblia de pertinho? Isso é possível no primeiro museu de arqueologia bíblica da América do Sul, situado no UNASP, em Engenheiro Coelho. O museu é muito importante para trazer para o Brasil artefatos de povos distantes, especialmente do Antigo Oriente Próximo.

Pensando nisso, o MAB conta com centenas de peças arqueológicas que nos ajudam a entender mais sobre o cotidiano dos personagens da Bíblia. Desta forma, as passagens do Antigo e do Novo Testamento ficam muito mais fáceis de serem decifradas.

Por isso, separamos 6 das peças mais legais do museu para você conhecer aí de casa. Continue lendo e descubra os tesouros do MAB. 

Lamparinas

As lamparinas eram alguns dos artefatos mais importantes dos tempos bíblicos. Naquela época, não existia energia elétrica para iluminar suas casas. As velas de parafina também não existiam. Por isso, recipientes de barro, cheios de azeite de oliva e pavis eram utilizados para iluminar os ambientes.

No MAB você encontra lamparinas de diversos períodos históricos, sendo a mais antiga do período do bronze, há cerca de 5.000 anos. Provavelmente personagens como Abraão e Isaque utilizavam lamparinas semelhantes em seu dia a dia. 

Aqui vai uma curiosidade: a maioria das lamparinas de Israel era lisa, sem desenhos. E por quê? Os israelitas pensavam que estariam descumprindo o mandamento sobre “não fazer imagem de escultura” caso esculpissem suas lamparinas.

Lamparina do acervo do MAB. Foto: MAB.

Tijolo de Nabucodonosor 

Um pedaço de tijolo está exposto em uma vitrine destacada no MAB. Mas por que essa peça é tão importante para a arqueologia bíblica? O tijolo apresenta inscrições de uma escrita cuneiforme acadiana. O acadiano é uma língua silábica, não alfabética. Isso significa que deve-se ler cada símbolo como uma sílaba.

Quando este tijolo foi decifrado, a frase que surgiu foi uma grande surpresa: “eu sou Nabucodonosor, rei da Babilônia” e a tradução continua falando sobre quem o rei é. Mas será que você está pensando que conhece esse nome? Isso mesmo, Nabucodonosor foi o rei que levou cativos para a Babilônia Daniel e seus amigos.

No MAB você encontra um artefato histórico que comprova a existência deste rei, que foi posta em dúvida muitas vezes antes da descoberta desta e outras peças.

Cilindro de Ciro

O cilindro de Ciro é um artefato antigo de argila que contém uma inscrição em acádio cuneiforme, datada do século VI a.C. O cilindro descreve a conquista da Babilônia por Ciro II da Pérsia e sua política de tolerância religiosa e liberdade para povos conquistados, tornando-o um símbolo de direitos humanos e governança justa na antiguidade.

A réplica deste artefato está no MAB e revela uma ordem de Ciro muito importante: a inscrição no cilindro menciona explicitamente a permissão do rei para que os judeus retornassem a Jerusalém e reconstruíssem o Templo de Salomão. Esse gesto representa um ato de generosidade e tolerância religiosa.

Sabe o que é mais curioso? O nome de Ciro foi citado pelo profeta Isaías em seu livro muito tempo antes do rei nascer. Isaías já tinha previsto que Ciro libertaria o povo judeu de cativeiro

Copo furado

O museu expõe um recipiente de barro com vários furinhos, razão pela qual recebe o apelido de “copo furado”. Na verdade, o recipiente não tem nada a ver com um copo furado, mas é um incensário do período bizantino.

A pessoa depositava o incenso dentro do recipiente e os furos permitiam que o aroma e a luz se espalhassem pelo ambiente. Além disso, o cheiro do incenso difundido pelos buraquinhos espantava as moscas, que eram um grande inimigo da época.

Os hebreus usavam os incensos desde o período em que eram nômades e viviam em tendas no deserto. O povo continuou a fazer uso deles, incluindo nos seus rituais religiosos.

Odre

O odre é feito do couro de um animal e é usado para reter líquidos. O exemplar exposto no MAB é proveniente de uma tribo beduína egípcia contemporânea, que mantém as tradições de seus antepassados.

Quanto mais velho, menos elasticidade o odre tem. É por isso que Jesus diz em Lucas 5:37 que “ninguém põe vinho novo em vasilha de couro velha; se o fizer, o vinho novo rebentará a vasilha, se derramará, e a vasilha se estragará.””

Os odres nos ajudam a entender o comportamento dos povos do Antigo Oriente Próximo. Além disso, tornam mais claras as explicações da Bíblia.

Paleta de Narmer

A réplica da Paleta de Narmer, exposta no MAB, é a grande chave para entender uma parte da descrição bíblica sobre a vida de Moisés. Lembra daquele momento em que Moisés encontra um arbusto em chamas e ouve a voz de Deus pedindo que ele tire as sandálias? Pois bem, talvez este pedido não faça sentido para nós hoje, mas fazia para o libertador. Mas por quê? a Paleta de Narmer nos explica!

Hoje, pelo menos no Brasil, não retiramos os calçados para entrar em uma igreja ou uma sinagoga. No entanto, no Antigo Egitor era sinal de respeito para com uma divindade estar descalço. A arqueologia, por meia da pedra, mostra o faraó Narmer com uma clava na mão prestes a golpear um inimigo. Debaixo de seus pés estão vários inimigos. 

Na imagem, aparece o deus egípcio Hórus de frente para o faraó. Como sinal de respeito, o líder está descalço. Moisés, criado em meio aos egípcios, recebeu a orientação de tirar as sandálias e, portanto, entender que o Deus de Israel merece respeito.

Viu como entender a arqueologia nos ajuda a aprender sobre a Bíblia? 80% das Escrituras são tradições e histórias. Apenas 20% são doutrinas. Por isso, vale a pena investir no entendimento cultural, que é a base para compreender os ensinos bíblicos.

Agora é a sua vez de conhecer o Museu de Arqueologia. Envie este texto para alguém que vai visitar o MAB com você!

Escrito por Paula Orling

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