Antes que comece a ler esse texto, queria poder conversar diretamente com você que está aí do outro lado da tela. Este é um texto que tem o intuito de ajudar e acolher. De maneira alguma queremos que você sinta um peso ou gatilhos durante a leitura. Caso sinta que é melhor não continuar, pare, respire e continue depois (se quiser).
Precisamos falar sobre a ansiedade.
São dias difíceis com notícias ruins e muita coisa acontecendo a todo momento. Desde 2017 o Brasil aparece em constante crescimento no índice de ansiedade. Ou seja, na época já se contavam mais de 19 milhões de brasileiros com a qualidade de vida comprometida.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, já destacava o nosso país como o mais ansioso do Mundo desde 2019. Na época, entendia-se que pelo menos 18,6 milhões de brasileiros conviviam com o transtorno.
Foi então que o ano de 2020 chegou e junto com ele veio a notícia de uma pandemia que mudou a rotina e o destino do mundo inteiro. Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul revelou que nos meses de maio, junho e julho do ano de 2020, 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa devido a pandemia do novo coronavírus.
De fato, estes números – “19 milhões de pessoas” ou “mais de 80% da população”- não retratam apenas dados. São pessoas e histórias que precisam ser ouvidas e contadas, por isso falar sobre o transtorno de ansiedade é muito importante.
Afinal, o que caracteriza a ansiedade?
É difícil especificar o que realmente caracteriza os sintomas da ansiedade porque ela pode se manifestar de diferentes formas em cada pessoa. Mas em geral, a pessoa em crise de ansiedade pode começar a sentir falta de ar em consequência disso, uma respiração acelerada, calafrios, náuseas e até uma sensação de desmaio.
Além disso, em casos mais graves, quando a pessoa já apresenta sintomas de tensão por todo o dia, ela pode sentir dores abdominais, perda do sono e até perda de memória.
Ajuda de um Psicólogo é fundamental
Entenda: se você sente alguns sintomas similares a estes descritos acima, é fundamental que você procure – o quanto antes – ajuda profissional, que neste caso seria a ajuda de um psicólogo.
De qualquer forma, sentir estresse extremo, não conseguir controlar a respiração e pânico, não são sintomas normais! Portanto, só um profissional conseguirá te ajudar a diminuir ou até vencer a ansiedade, com um trabalho contínuo e pautado em exercícios diários para que você sinta-se melhor a cada dia.
Saiba, a seguir, o que você pode fazer nos momentos de crise.
“O que posso fazer nos momentos de crise?”
A crise de ansiedade é imprevisível, e passar por ela é amedrontador. Dessa forma, para quem sofre constantemente com esses episódios ou convive com alguém que apresenta o quadro de ansiedade, é importante saber as formas para aliviar os sintomas.
Conversei com a psicóloga Islana Costa, que é formada pela Near East University, na Europa, mestre em Psicologia pela Universidade Federal de São Paulo e hoje em dia, trabalha com consultório online.
Ela me explicou que existe um técnica usada pelos profissionais da área para acalmar o paciente que está passando por uma crise que consiste em alguns passos.
A psicóloga Islana, a fim de fazer com que essa técnica chegasse a mais lugares, às compartilhou no Instagram e, também, escolheu compartilhar com a gente os detalhes da técnica:
1 – Feche os olhos e respire fundo.
Tente se concentrar em seu peito subindo e descendo durante a respiração. Concentre-se apenas nisso. Durante uma crise, é comum que a respiração acelere demais, por isso lembrar-se de respirar mais devagar é fundamental.
2 – Tire o foco dos sintomas.
Abra os olhos e tente perceber 5 objetos que estão no mesmo ambiente que você.
Um dos maiores problemas da crise de ansiedade é quando a atenção fica totalmente voltada para os sintomas. Quando isso acontece a crise vai se tornando cada vez maior. Por isso, o exercício de perceber outros objetos na sala é importante, desta forma é possível desviar a atenção.
3 – Tente perceber 4 objetos que você consegue tocar e sentir.
Depois de perceber 5 objetos que estão à sua volta, agora tente tocar e sentir outros 4 objetos.
Portanto, tente fazer isso com calma, o objetivo é ir tirando o foco dos sintomas até que a pessoa não esteja mais com o foco sobre eles.
4 – Preste atenção em 3 sons diferentes.
Tente perceber 3 sons diferentes, foque em achar esses sons até conseguir identificar três diferentes.
5 – Perceba 2 cheiros diferentes no ar.
Do mesmo jeito que fizemos com a audição, use seu olfato para identificar 2 cheiros diferentes. Logo, a psicóloga Islana aconselha que: ao terminar esses passos, feche os olhos e respire profundamente de novo.
Por fim, se você chegou até aqui, vale lembrar que este é um método para acalmar, este não é o tratamento, e o tratamento é fundamental. Que neste Setembro Amarelo, possamos nos conscientizar a usar mais e melhor a nossa empatia.
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Cuide-se e até breve! 🙂